Protocolo da CBF para retorno às atividades será debatido com Ceará e Fortaleza
Os clubes cearenses devem ter reuniões nos próximos dias para discutir protocolos para possível retorno às atividades. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) prepara série de medidas que, ao serem apresentadas, devem ser replicadas em todas as competições, tanto estaduais, quanto nacionais, segundo informa o presidente da Federação Cearense de Futebol (FCF), Mauro Carmélio. Ele, que faz parte do comitê de crise criado pela CBF por ocasião da pandemia, não antecipou, porém, o que vai constar nos procedimentos. Também não há data para a volta aos treinamentos nem para os jogos.
Ceará e Fortaleza dizem aguardar as definições vindas da CBF. Conforme Robinson de Castro, presidente do Ceará, neste domingo, 26, ocorre reunião entre os dois clubes e a Federação para debater as ações que possibilitem o retorno aos trabalhos.
O Ceará já tomou medidas como a compra de diversos testes, disse o presidente, que têm expectativa de chegada do material “na segunda quinzena de maio ou junho”. No entanto, Robinson diz ser preciso, para um possível retorno do Estadual, que os outros clubes também tenham esses testes.
“Eles vão ter condições financeiras (de comprar)? Se não, quem vai arcar?”, questiona o presidente. Outra questão levantada por ele diz respeito aos palcos dos jogos. Com o PV inutilizável, por causa do hospital de campanha, Robinson questiona se os centros de treinamentos dos clubes poderiam ser usados, já que as partidas ocorreriam sem torcida. O intervalo entre as partidas também deve ser outra questão a ser definida, diz.
O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, diz aguardar ainda o que vai ser proposto. “Temos que aguardar o que o presidente Mauro Carmélio vai conversar com os clubes”, diz. Ele ainda ponderou que o decreto de isolamento social implantado pelo Estado dura até 5 de maio, pelo menos.
Sindicato dos Atletas prega cautela
O Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Ceará (SAFECE) lançou campanha com o lema “queremos garantia de segurança no trabalho”. “Entendemos o futebol como entretenimento, como negócio, as dificuldades financeiras geradas, mas nada pode estar acima da vida”, diz o presidente da entidade, Marcos Gaúcho.
Segundo o ex-atleta, o Sindicato está contatando um infectologista “de renome” para dar consultoria sobre a factibilidade de um retorno e os devidos cuidados que os protocolos da CBF ou da FCF possam sugerir. Ele ressalta que, “em um país de dimensões continentais”, um protocolo nacional pode não refletir uma realidade local.
Marcos Gaúcho lembra ainda que que um possível retorno dos treinamentos ou mesmo de jogos, ainda que com portões fechados, implica, para além dos atletas, na mobilização de membros de comissões técnicas e demais funcionários dos clubes, alguns deles, parte de grupo de risco.
Gaúcho citou como exemplo a morte do roupeiro do Maranguape Geovanes Ribeiro, comunicada neste sábado pelo clube. O profissional trabalhava há 20 anos no Maranguape, conforme informou o clube em nota de pesar. A causa da morte foi, oficialmente, pneumonia.
FONTE: O POVO