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Rômulo concede entrevista no SVM e fala das histórias e a artilharia pelos três grandes clubes da Capital

O atacante Rômulo concedeu uma entrevista exclusiva para o Sistema Verdes Mares e falou da sua trajetória no futebol, em especial sobre sua atuação nos 3 grandes clubes da capital.

Confira a reprodução da matéria na integra:

Uma carreira sólida, de artilharia e destaque por onde passou. Porém, o mais importante e complicado de um atleta conseguir, é caminhar pelos três clubes da Capital sem receber antipatia de nenhum dos lados. O ex-centroavante Rômulo é natural de Fortaleza mesmo, foi revelado pelo Ceará, mas passou a ganhar destaque no forte time do Ferroviário, capitaneado por Solimar. Assim, o jovem saiu de promessa, no bicampeonato do Ceará, quando marcou cinco gols, para a realidade, sendo artilheiro do estadual pelo Ferrão com 15 gols.

“O time era fantástico, batíamos de frente com qualquer equipe ali do futebol cearense. A perda do título foi pela desorganização do futebol cearense, porque nós perdemos para o Rio Branco, de Americana (São Paulo). Não existe você trazer um time de São Paulo faltando 15 dias, um mês para acabar o campeonato e o Lula (Pereira) vir com 16 jogadores. Os únicos atletas que ficaram do Ceará foram o Dema, e se não me engano, o Stênio. Você disputa o primeiro e segundo turno todo, eles ficaram só esperando, a verdade é que o Rio Branco jogou com as camisas do Ceará”, opinou o ex-centroavante

Rômulo ainda lamenta a oportunidade de conquistar o título pelo Ferroviário e destaca a inexperiência da diretoria do clube coral em, na época, ter aceito o pedido do Ceará para marcação da final, com o time desgastado dos jogos.

“Por inexperiência dos dirigentes do Ferroviário, a gente fez uma final contra o Icasa na quinta-feira, na qual fomos campeões, e o Ceará, com toda a bagagem de experiência e como time grande, solicitou que o jogo fosse no domingo, perdemos por 4 a 0. No segundo jogo, o Ceará foi jogando pelo empate, mas ganhamos de 2 a 1 e perdemos nos pênaltis (em 1998, na verdade, o Vovô ganhou na prorrogação, com gol de Gilmar Serafim). Isso mostra que nosso time era superior ao Ceará, com uma semana de descanso e recuperação. E o gramado do Castelão não era esse tapete de hoje, o gramado era quase no meio da canela”.

Crise no Ceará

Por ser do Estado, Rômulo tinha receio em retornar ao futebol cearense. Por ser de “casa”, naturalmente a pressão se torna maior para ser solução em campo, além das críticas também. Mas ele voltou para o Alvinegro de Porangabuçu com aval do diretor de futebol, na época, Evandro Leitão.

O treinador do Vovô era Heriberto da Cunha e houve um problema interno que se externou para a imprensa, onde o ex-treinador do Vovô afirmou ter um “verme” dentro do clube. Rômulo, como atleta na época, esclareceu ao ser questionado sobre o assunto. Para ele, o termo não foi utilizado para uma pessoa específica, mas sim, para o momento ruim do clube.

“Tínhamos um time forte para brigar pelo acesso na Série B (do Campeonato Brasileiro) e, no momento que estivemos entre os seis melhores do campeonato, houve um problema interno. Mas não acho que tenha sido direcionado para alguma pessoa. Eu vivi os piores momentos do Ceará e um cara chamado “Soldado Alvinegro” era tudo lá dentro. Na década de 1990, quando algo apertava, o dirigente que eu achava para solucionar era o Dimas (Filgueiras). Ele amava o Ceará, se dedicava ao clube e se entregava lá dentro. Eu nunca vi o Dimas com palavras ou atitudes em querer prejudicar o Ceará. O clube era muito grande para uma pessoa só querer prejudicar. Acho que ele quis falar de “verme” em relação a algo ruim dentro do clube que atrasa, como se fosse um jumento enterrado de cabeça pra baixo no clube, acho que era nesse sentido”, declarou, Rômulo

Título cearense no Leão

Em 2008, logo no ano seguinte à chegada ao Ceará, Rômulo desembarcava no Fortaleza. Após a turbulência vivida no Alvinegro, o artilheiro chegou ao Tricolor do Pici para ser o diferencial, como realmente aconteceu. Além do título cearense, ele era uma das referências da equipe ao lado de Tailson e Osvaldo, surgindo, ainda garoto, no time profissional.

“O time foi montado pelo Silas Pereira e, curiosamente, quem assumiu na sequência foi o Heriberto da Cunha, com quem eu tinha trabalhado no ano anterior no Ceará. E, naquele Estadual, princípio de temporada, tudo foi feito de maneira organizada. Para você ter uma ideia, nós fomos para Juazeiro (do Norte) em voo fretado, descansados, vocês nem imaginam a diferença que fez. Então, vencemos o primeiro jogo da final lá no Romeirão”, relembrou.

Para ele, isso deixou a equipe mais confiante e forte para o jogo decisivo. ” Confiantes, jogamos a responsabilidade para o Icasa, goleamos e fomos campeões. Osvaldo crescendo como atleta, ainda garoto. Detalhe que naquela semana da goleada, Osvaldo tinha perdido a mãe. Mas ele reuniu forças e foi jogar. Nosso time era muito bom, unido, grupo fechado, com Tiago Cardoso, Paulo Isidoro, Márcio Azevedo… Preto e Juninho na zaga”.

Foto: Kid Jr./SVM

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