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Dois dedos de prosa com Ari

Ari exibe com orgulho o passaporte russo, que conquistou em 2018. Gustavo Simão/O POVO

Meio brasileiro, meio russo. É assim que Ariclenes da Silva Ferreira, o atacante cearense Ari, se define. Após oito anos morando e jogando na Rússia, o jogador recebeu o passaporte de cidadania do país europeu em julho deste ano, pouco depois da Copa do Mundo. Quatro meses após a naturalização, conseguiu o que tanto almejava: a convocação para a seleção russa. Paralelo à carreira como atleta, Ari investe em futebol e arrendou o Atlético (ex-Uniclinic) no final de 2017. Em conversa com O POVO, o jogador fala dos planos como atleta e investidor.

O POVO: O que representa para você o passaporte e a cidadania russa?

Ari: Como muitos sabem, tenho uma filha na Rússia. Acredito que é muito difícil trazer ela pra cá (Brasil), para vir morar comigo. Sem dúvida amo minha cidade (Fortaleza), amo meu País. Mas com tanto tempo de Rússia, já estou completamente adaptado lá. O meu coração e minha vontade de morar na Rússia, ter meus negócios lá, é muito grande. Sou 50%, 50%. Me sinto metade russo, metade brasileiro. Agora é tentar assimilar isso e fazer um grande trabalho aqui no Brasil e ao mesmo tempo levar esses meus projetos, esses meus sonhos, para o futuro na Rússia, onde já estou bem adaptado. Ficar vivendo lá e vindo sempre aqui, para o Brasil.

OP: Como foi pra você, depois de tanto tempo jogando bem, ser convocado para defender a seleção russa?

Ari: Eu sempre acreditei nos meus objetivos, nos meus sonhos. Tanto que consegui esse sonho de criança. Claro que, como cearense, brasileiro, gostaria de ter tido oportunidade de jogar na seleção brasileira. Mas, depois de tanto tempo na Rússia, corri atrás desse sonho, desse objetivo, e consegui realizar. Então, tô muito feliz, por tudo que passei no meu País, nos clubes onde joguei. Então, só tenho a agradecer a Deus a essa oportunidade. Claro que se tivesse acontecido antes da Copa do Mundo de 2018, se tivesse participado, teria sido melhor. Mas acho que é tudo na hora de Deus. Sempre entrego nas mãos dele.

OP: Você está com 33 anos. Acha que tem condições de jogar a próxima Copa, em 2022, pela Rússia?

Ari: Sim. É um objetivo também. Sabemos que pela idade é mais complicado. Mas eu sou um atleta que me cuido muito. Tenho meu próprio fisioterapeuta, um personal trainer. Me cuido bastante. Vou procurar manter o foco, manter o físico, para quem sabe na próxima Copa fazer parte da seleção russa.

OP: Desde setembro de 2017 você é arrendatário do Uniclinic, que você transformou em Atlético-CE. Quais são os seus sonhos para essa equipe?

Ari: Sonho muito alto. Sonho em construir um estádio. Mas sonho, primeiramente, em subir esse time do Atlético para a 3ª Divisão do Campeonato Brasileiro. Mas o objetivo mesmo é levar o Atlético para o topo do futebol brasileiro. Sabemos que Ceará e Fortaleza são os clubes maiores do Estado, mas por que não sonhar em ter mais um time do estado do Ceará na Série B ou na Série A? Vou continuar sonhando até onde der. E, se Deus quiser, tudo vai se realizar.

Fonte: O POVO ONLINE

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